sábado, abril 29, 2006

Fare il Portoghese

É uma expressão italiana muito comum que, para não fugir à regra, não é muito positiva. Acho que só mesmo os ingleses é que conseguem transmitir uma imagem positiva deles próprios ao mundo, como a do gentleman, quando a realidade é bem outra. Vai para 5 anos que vivo em Inglaterra e os dedos de uma mão chegam e sobram para contar os gentlemen que conheço.

Adiante, fare il portoghese significa não pagar o bilhete. É muito utilizada em transportes públicos: "guarda, quelo li fa il portoghese." Portanto, se forem a Itália e usarem transportes públicos tenham cuidado, os picas italianos andam à caça de Portugueses. Parece que a expressão tem origem num episódio do século XVIII, quando uma comitiva portuguesa foi a Roma para homenagear o Papa e foi concedido aos portugueses da comitiva o previlégio de assistir a um espectáculo no teatro Argentina sem pagar bilhete.

Quando fomos a Florença, durante o almoço no Mario, um Italiano que estava sentadado à minha mesa perguntou-me de onde era. Respondi-lhe que era Português. De imediato, ele virou-se para o empregado do restaurante que estava na caixa e disse: "Giovanni, Giovanni, guarda che questo qui è portoghese. Mi raccomando!"Ou seja: "Olha que este gajo é Português, tu tem cuidado!" Mais tarde, muito diplomaticamente, disse-me que aquela expressão é tão comum que até aparece nos jornais, e que é baseada num episódio histórico tolo (que ele nem sabia muito bem) sem qualquer ligação aos próprios portugueses que são nobres e gentis (bem mais que os espanhois), e só é pena é que sejam poucos.

PS: antes de sair do restaurante paguei a conta.

quarta-feira, abril 26, 2006

Sem cravo na lapela

Cavaco Silva é o primeiro presidente da república que participa na comemoração oficial do 25 de Abril, na assembleia da República, sem o tradicional cravo vermelho na lapela.

Provavelmente, Cavaco não o fez porque o cravo vermelho é visto como um simbolo da esquerda. É verdade que uma certa esquerda se apropriou da popularidade do cravo, especialmente durante o PREC. Mas o cravo é apenas o símbolo da revolução que se realizou em Portugal no dia 25 de Abril de 1974 e que marca o fim da ditadura em Portugal. O cravo vermelho marca, sobretudo, a forma como as pessoas acolheram e celebraram aquele momento. Não foram os militares que fizeram o 25 de Abril que planearam usar o cravo como simbolo da revolução ("Pessoal, depois de tomado o terreiro do paço, vamos colocar cravos vermelhos nos canos das espingardas e distribui-los pelo povo.") Também não foi o partido comunista. Não se sabe exactamente como foi. Diz-se que foi uma florista que teve a iniciativa de colocar um cravo vermelho no cano da espingarda de um soldado. Embora não se saiba exactamente como, a verdade é que a coisa surgiu, pegou, e ficou a marcar um momento histórico; ninguém planeou absolutamente nada. O cravo é, portanto, um simbolo apartidário que emergiu de uma euforia colectiva. E não é para menos, ver acontecer uma revolução para acabar com uma ditadura, de quase 50 anos, e da qual já andava toda a gente farta, poria eufórico qualquer um. Foi graças às conquistas do 25 de Abril que Cavaco Silva veio a ser eleito primeiro-ministro e presidente da república. Acho que não colocar o cravo na lapela, como tradicionalmente se tem feito, é uma falta de consideração por um evento tão relevante na história de Portugal. Uma autêntica grossaria.

terça-feira, abril 25, 2006

O outro 25 de Abril: La Liberazione

Em Itália também se comemora-se hoje o dia della Liberazione. No dia 25 de Abril de 1945 terminou a ocupação nazi em Itália, e terminou, também, oficialmente, a ditadura fascista liderada por Benito Mussolini.

Muito resumidamente, a história é mais ou menos assim. Mussolini toma o poder em 1922. Em 1924, o governo fascista transforma-se numa ditadura. Em 1938 Mussolini assina um pacto com a Alemanha Nazi. A segunda gerra mundial começa em 1939, após a Invasão alemã da Polónia. Inicialmente neutra, a Itália alia-se à Alemanha na segunda gerra mundial em 1940. Em 25 de Julho de 1943, Mussolini é destituido do poder. Em 8 de Setembro é assinado o armistício com os aliados. Em 23 de Setembro de 1943, Mussolini funda a República Social Italiana, mais conhecida como república de Saló, uma república fantoche do regime nazi e reconhecida apenas pela Alemanha e o Japão. A Itália fica divida em duas, as forças nazis ocupam o norte de Itália. O movimento de resistência italiano, com o apoio dos aliados, tenta acabar com a República de Saló, e liberar a Itália das forças nazis, o que viria a ocorrer no dia 25 de Abril de 1945. (Mussolini viria a ser executado pela resistência Italiana em 28 de Abril de 1945.)

Foi bonita a festa, pá

No dia 25 de Abril de 1974 eu ainda não era. A minha mãe estava, no entanto, grávida de poucas semanas de mim. As minhas memórias desse dia são as memórias da minha mãe. Naquele dia, pela manhã, a minha mãe foi para o seu emprego em Lisboa, como sempre fazia, na altura os meus pais viviam em Odivelas. Acabou por não trabalhar. Nas ruas de lisboa passavam carros militares muito velhos (umas "sucatas", nas palavras dela), havia muitos soldados e um ambiente nada violento. Enquanto os carros militares passavam, as pessoas saudavam os soldados, batiam palmas, e davam vivas à liberdade. Eu viria a nascer 9 meses mais tarde em pleno PREC. Diz a minha mãe que nesses dias do PREC, eu, influenciado pelo que via na televisão, punha o meu pequeno punho em riste e dizia "eh, eh, eh, eh, eh, eh", ao ritmo de "O povo unido jamais será vencido".

A ideia de ir aos baús da memória para recordar Abril vem dos posts de Abril de 2004 de um blogue muito influente, mas que já acabou, o Barnabé. Deixo aqui os links para as memórias de Abril dos Barnabés, Rui Tavares, Daniel Oliveira, André Belo, e Pedro Oliveira. Aliás todos os posts do Barnabé naquele mês são interessantes.

Deixo também um tema do músico brasileiro Chico Buarque dedicado ao 25 de Abril português, Tanto Mar.

segunda-feira, abril 24, 2006

Amnistia Internacional

Em resposta ao desafio lançado pela Eva, dedico um post à ONG Amnistia Internacional (AI). A AI luta pela defesa dos direitos humanos em todo o mundo. A sua visão é a de um mundo em que todas as pessoas gozam de todos os direitos proclamados na declaração universal de direitos humanos das nações unidas. A AI é independente de qualquer governo, ideologia política ou religião.

Curiosamente, a AI começou com um episódio que envolve Portugal. Em 1961, o adovogado britânico Peter Beneson ficou furioso quando leu no jornal que dois estudantes portugueses haviam sido condenados a sete anos de prisão por brindarem à liberdade. Em resposta, Beneson escreveu um artigo no jornal inglês Observer intitulado The Forgotten Prisoners, apelando às pessoas para escreveram cartas de apoio aos estudantes e para se unirem na luta contra a prisão por delitos de opinião. A resposta foi surprendente, e de imediato surge a iniciativa de formar uma organização internacional para a defesa dos direitos humanos.

A AI publica relatórios denunciando violações dos direitos humanos em todo o mundo e mobiliza as pessoas para pressionar governos e outras entidades com influência. Em mais de 40 anos de trabalho a AI contribuiu para a libertação de milhares de presos de consciência, e conseguiu a protecção de pessoas ameaçadas de tortura ou morte. A AI ganhou o prémio nobel da paz em 1977.

Hoje em dia, a AI denuncia, entre outros, o uso excessivo da pena da morte em países como a China, a práctica de tortura na prisão estado-unidense de Guantanamo Bay, e do uso excessivo da força e violência indescriminada nas favelas do Rio de Janeiro.

sábado, abril 22, 2006

Coisas que nos fazem sentir bem

Hoje dedico esta série à arte e ao belo, porque o belo nos faz sentir bem. Já aqui falei da nossa pequena visita a Florença. Aproveito este post para falar de Michelangelo, talvez o artista mais famoso de Florença. Micheangelo foi um génio (e, como muitos génios, tinha mau feitio), foi escultor, pintor e arquitecto, e é uma das figuras incontornáveis na história da arte. Neste dias muito se fala de Michelangelo. Há uma exposição de desenhos seus em Londres, no museu britânico. Celebram-se, também, o 500 anos do início da construção da Basílica de São Pedro em Roma em que Michelangelo participou como arquitecto — foi chamado para finalizar a obra em 1546, quando tinha já 70 anos, e foi ele que desenhou a cúpula da basílica, mas acabaria por morrer sem ver a sua obra realizada. Outra obra famosa de Michelangelo são os tectos da capela Sistina no vaticano.

Deixo aqui duas fotografias de obras de Michelangelo que se encontram em Florença (clicar para aumentar). A primeira é o famoso David que se encontra na Piazza della Signoria. A fotografia é, aliás, de uma cópia, o original está na Galeria dell' Accademia e esteve na piazza até metade do sec XIX.



A segunda é a Pietá fiorentina que está no museo dell'Opera del Duomo. Não confudir com a outra Pietá, também do Michelangelo, que está na Basilica de São Pedro. A Pietá fiorentina é uma obra incompleta; Michelangelo viria a morrer sem completar a obra. (Se observarem bem podem reparar que a face e as roupas de Maria, no lado direito, estão um pouco toscas.) E, no entanto, não deixa de ser uma estátua belíssima. E esta obra incompleta tem tanto de humano. Afinal, temos tantas ideias e projectos ao longo das nossas vidas que acabam por nunca se completar, realizar, ou realizam-se mas não da forma como os idealizámos.

quinta-feira, abril 20, 2006

Entretanto...

Os 500 anos do massacre de Lisboa

Faz por estes dias 500 anos que ocorreu um massacre de portugueses judeus nas ruas de Lisboa. Nos dias 19, 20 e 21 de Abril de 1506 mataram-se, estima-se, entre dois mil e quatro mil judeus portugueses. Convém recordar este episódio para se saber que a intolerância cultural e religiosa, e o matar em nome de deus não é uma coisa que fazem só os outros. Também aconteceu em Portugal e precisamente na época histórica que mais no enche de orgulho, reinava Dom Manuel.

O blogue Rua da Judiaria está a dar ampla cobertura a este episódio. Há também o artigo do Rui Tavares do Público.

terça-feira, abril 18, 2006

Il nostro giorno à Firenze

Fomos passar um dia a Florença. Partimos de Faenza, na Emilia-Romagna, e atrevessamos os Apeninos, em direcção à Tuscania e a Florença. Florença é a cidade simbolo do Renascimento, ponto incontornável na história da arte; é a cidade de artistas influentes do renascimento como Michelangelo, Giotto, Brunelleschi e Donatello. Não era a primeira vez que visitávamos Florença, por isso optámos por um percurso mais alternativo.

E para quem chega a Florença de comboio o primeiro grande e elegante edificio é o moderno Stazione centrale de Santa Maria Novella (1935) cujo desenho foi dirigido pelo arquitecto Giovanni Michelucci.



Muito perto da estação fica uma das mais famosas igrejas florentinas: a Igreja de Santa Maria Novella. Em estilo gótico, foi construida entre os séculos XIII e XIV, a fachada da igreja, em mármore, é do século XV. Dentro da Igreja há um património artístico renascentista notável, entre os quais uma obra do Giotto. Infelizmente, não pude tirar fotos do interior da Ingreja.



O Almoço foi no tipico e popular Mario, aonde se pode conviver com florentinos de carne e osso. Comemos e bebemos bem, ao fim do almoço estavamos mesmo muito alegres — muito bom aquele Chiati.


Depois do almoço fomos para a outra margem do rio Arno. As duas fotos que se seguem foram tiradas da Ponte alla Carraia



Na outra margem do rio arno fomos visitar a igreja de origem mediaval Santa Maria del Carmine que é conhecida pelos afrescos de Masaccio e Masolino, do sec XV, que adornam a capela Brancacci. Ficam aqui as fotos do claustro da igreja, de uma panorâmica dos afrescos da capela Brancacci, e de um desses afrescos: a Tentazione di Adamo ed Eva.




E depois foi o regresso à estação e mais um passeio pela cidade. Fica uma foto de uma rua de Florença com o Campanile do Gioto ao fundo. O Campanile é uma obra do sec XIV, que faz parte do complexo da Basilica do S. Maria del Fiore (o Duomo).

sábado, abril 15, 2006

A novela continua

Definitivamente, Berlusconi não quer largar o osso. Primeiro, afirmou que houve irregularidades nas eleições, mas os resultados das eleições já foram re-confirmados, após um processo de recontagem dos votos. Prodi, aliás, já recebeu os parabéns pela vitória nas legislativas de todos os lideres europeus, excepto, claro está, de Berlusconi que teima em não aceitar a derrota.

A nova desculpa é que não houve nem vencedores nem vencidos nas últimas eleições, e que o momento é de reflexão pois o país está dividido. Enfim, Berlusconi não tem nada que reconhecer a derrota nem dar os parabéns a ninguém, e muito menos reconhecer que Prodi tem a legitimidade de formar um novo governo. Esta atitude de total desrespeito pelas regras já está a irritar toda a gente, incluindo o presidente da República Italiano.

E' precisamente esta forma de actuar que é muito perigosa para a democracia. Esta atitude de vitória a todo o custo nem que para isso se tenham que re-escrever as regras do jogo é muito perigosa, pois corrompe a ordem que existe num sistema democrático. Os sistemas democráticas são o resultado de séculos de conflitos, discussões, negociações e compromissos. Alterá-los ou po-los em causa, é estar a por em causa os alicerces das nossas (às vezes muito frágeis) democracias. Constitui um passo atrás e não em frente. E no que às eleições Italianas diz respeito, o melhor é, como dizem os ingleses, to move on.

Faenza, Emilia-Romagna

Faenza is Chiara's town. It is situated in the Italian region of Emilia-Romagna, on a valley of the apennines. Here, I leave you some photos of the town-centre and the beautiful countryside that surrounds Faenza. (click to Englarge)



La piazza del Popolo (the city's main square).

The results of the election are displayed on piazza del Popolo. People that pass by the square see the results of the election.
Piazza della Libertà, Il Duomo de Faenza (the Cathedral), and La Fontana Monumentale.

Casa Albonetti (1910) e Portico degli Orefici (1611).

Palazzo Milzetti (1795-1802), the neoclassic Jewel of the town.

La Torre Di Oriolo


quarta-feira, abril 12, 2006

Bater no fundo

Estou um pouco chocado com o baixo nível da coligação de centro-direita liderada por Silvio Berlusconi. Na verdade, estou um chocado com o baixo nível da política italiana em geral. O que até pode parecer estranho, porque sou português e Portugal não costuma primar pela suas virutudes democráticas entre os seus parceiro europeus. Mas parece-me que até Santana Lopes, quando comparado com estes políticos italianos que se dizem de centro direita (eu diria que são fascistas), é um anjinho. Pois, fico chocado com a total falta de respeito pelas regras do jogo democrático e pela democracia em geral, demonstrada pelos políticos de centro-direita.

Razão tinha o personagem polaco do novo filme de Nanni Moreti, Il Caimano (que recomendo vivamente), quando diz que quando se pensa que os italianos já bateram no fundo, a verdade é que conseguem sempre escavar um pouco para se afudarem ainda mais.

E a escavação parece não ter fim. Duarante a campanha foram os insultos aos eleitores de esquerda que Berlusconi apelidou de coglioni, o insulto aos magistrados italanos, e o uso e abuso do império mediático de Berlusconi e da própria RAI para promover Berlusconi. Ontem, durante a tarde, mais de 7 horas depois de conhecidos os resultados definitivos das eleições italianas, Berlusconi reage, enfim, aos resultados eleitorais. Para começar fá-lo na sede oficial do governo italiano (o palácio Chigi em Roma), e não na sua sede de campanha. Depois não deu os parabéns a Romano Prodi pela vitória nas eleições, disse que só o fará depois de reverificada a contagem dos votos. E para finalizar teve a lata de dizer que o pais está dividido e que, portanto, precisa de um governo de unidade nacional.

Por um voto se ganha e por um voto se perde. Apesar da coligação liderada por Prodi ter ganho as eleições por apenas 25 mil votos, a verdade é que as ganhou e dispõe de uma maioria no senado e na camara baixa, e, por isso, tem toda a legitimidade e margem de manobra para governar. O caso italiano não é o mesmo que o alemão, aonde não havia uma maioria à direita ou à esquerda. Prodi tem uma maioria, pode governar, e é isso que vai fazer. A proposta de Berlusconi, foi, aliás, rejeitada de imediato por Prodi.

terça-feira, abril 11, 2006

Bye, bye signore Berlusconi

Cheguei a Itália sábado à noite. Esperava ver uma vitória da coligação de centro-esquerda de Romano Prodi nestas eleições e, consequentemente, uma derrota do actual primeiro ministro Silvio Berlusconi. De facto, a vitória de Romano Prodi acabou por acontecer, mas foi muito mais renhida do que inicialmente se pensava. Ainda se contam os votos para o senado. E a coligação de centro esquerda só cantou vitória às 3 da manhã. A coligação Unione, de Romano Prodi, ganhou com uma vantagem de apenas 1% (49,8% contra 49,7%), mas o suficiente para garantir uma maioria de deputados na Câmara. A coligação consegue também uma maioria no Senado (graças aos votos do estrangeiro), ambora ainda mais curta.

A vitória é de facto muito curta, mas ainda assim uma vitória. E como diz a Chiara: depois de 30 anos de lavagens ao cérebro através das televisões de Silvio Berlusconi, até uma vitória de apenas 1% é uma vitória significativa que vale a pena celebrar. Há, também, que não esquecer que os italianos se livram de Berlusconi: bye, bye signore Berlusconi.

quinta-feira, abril 06, 2006

Ao Rubro (II)

O La repubblica coloca no seu sítio internet cópias de comunicações entre assessores de Silvio Berlusconi e David Mills, a propósito de uma transferência de 600 mil dólares via um banco nas Bahamas (aqui). Já agora, Silvio Berlusconi disse, hoje, que não conhece David Mills.

Ao Rubro

Berlusconi ataca a justiça Italiana

A propósito da alegada corrupção do advogado britânico David Mills, Silvio Berlusconi lança um ataque cerrado à justiça italina a apenas 3 dias das eleições. Convém recordar o caso: David Mills é casado com a ministra britânica da cultura e do desporto, Tessa Jowell, e terá recebido um cheque de cerca de 600 mil dólares de Silvio Berlusconi, que ele justificou como sendo um presente, e que foi utilizado para pagar uma hipoteca sobre a sua casa que ele tinha efectuado alguns meses antes. Após este episódio, Tessa Jowell foi presssionada a demitir-se, com base no código ministerial de Tony Blair, mas que acabou por não se demitir e mantem-se em funções pois alegou que desconhecia os negócios do seu marido (inclusive a hipoteca da casa que está em seu nome); viria mais tarde, no entanto, a separar-se de David Mills.

Hoje, Silvio Berlusconi reagiu. Disse que o caso "Mills" é um ataque à sua pessoa, protagonizado por "juízes infames e indignos". Afirmou nem sequer conhecer o Advogado David Mills, conhecido como arquitecto das contas do império Mediaset (de Silvio Berlusconi), com muitas sedes colocadas estrategicamente em paraísos fiscais com o objectivo de maximizar os lucros do grupo financeiro. Hoje, Berlusconi afirmou que "é uma infâmia que funcionários públicos (os magistrados do estado), pagos com o dinheiro dos impostos dos italianos conspirem contra o presidente do conselho, para forçar os italianos a um determinado voto nas eleições."

quarta-feira, abril 05, 2006

A revolta dos testículos

O insulto transformou-se em movimento cívico.

terça-feira, abril 04, 2006

Frases que ficam para a história

Mais uma pérola de Silvio Berlusconi. O homem quando está em campanha é imparável: "Ho troppa stima dell'intelligenza degli italiani per pensare che ci siano in giro così tanti coglioni che possano votare contro i propri interessi" O termo pejorativo que enfureceu a esquerda italina é coglione, cujo significado literal é testículo, mas que também significa qualquer como frouxo. Resumindo, a frase de Berlusconi em Portugués dá qualquer coisa como: "Tenho demasiada estima pela inteligência dos italianos para pensar que há assim tantos frouxos que possam votar contra o próprio interesse."