Em tempo de Mundial de futebol, a minha vida é deliciosamente rotineira: do inevitável trabalho diário para as emoções que emergem do pequeno ecrã. O futebol, já se sabe, é um fenómeno global, e num mundial não interessa apenas o jogo em si, mas também tudo aquilo que o rodeia. Bom exemplo disso, é o nosso Portugal-Angola.
Até agora, duas selecções estiveram em grande nível: a Argentina que venceu a excelente Costa do Marfim, e a Itália que venceu o não menos valente Gana. Demonstraram uma grande consistência defensiva e jogadores capazes de decidir uma partida. Mas, acima de tudo, demonstraram um colectivo, uma equipa propriamente dita. Ao contrário do Brasil, que demonstrou no primeiro jogo ser apenas um grupo de individuos muito dotados, mas muito pouco equipa. Mas a fortuna do Brasil é que tem do seu lado os mais dotados. E foi através de um destes, Káká, que o Brasil decidiu a seu primeira partida deste mundial. A Inglaterra continua sem convencer, e o ingleses, quase histéricos, esperam e desesperam por Wayne Rooney que no último jogo lá deu um arzinho da sua graça.
Portugal demonstrou, muito esporadicamente, alguns pormenores interessantes. Provou-se apenas um trago do elegante jogo fluído, de passes curtos, dribles e bola no chão que caracteriza a selecção Portuguesa. No resto do Portugal-Angola, os jogadores portugueses não mais se conseguiram libertar, a equipa raramente apereceu — peso histórico, mérito de Angola ou nervosismo e ansiedade da estreia?
Sobre o mundial futebol vão se escrevendo bonitas crónicas, como estas duas do Miguel Esteves Cardoso,
aqui e
aqui, e
esta da Ana Sá Lopes.