segunda-feira, maio 01, 2006

Caro Felipe Scolari,

Se recusou a selecção inglesa para conquistar o coração dos portugueses, deixe-me que lhe diga: conseguiu! Ganhou o meu respeito e admiração. O melhor é dizer isto num tom bem brasileiro: respeito você, admiro você, sou seu fã. E não era assim, senhor Scolari, olhe que não era assim.

Na passada quinta-feira, estava um pouco cabisbaixo. Aqueles directos da BBC, num tom triunfante, de Lisboa, com o terreiro do paço ao fundo, soavam a conquista, humilhação, percebe? Não estava triste com possibilidade de o senhor vir a ser o futuro seleccionador inglês, mas com a forma como tudo estava a ser tratado. A coisa soava a falta de respeito, não pudia deixar de me perguntar, "então e a nossa selecção?", e temia o efeito que a sua contractação teria na moral da equipa. Mas, como "quem ri por último ri melhor", na sexta-feira fui eu que não me continha com tanto riso. Graças a si, senhor Scolari, graças a si.

Como disse, não era um seu admirador. Desagradaram-me aquelas suas demonstrações de fé foleiras durante o Europeu. Pensei que deveria guardar aquele tipo de coisas para si e não envolver os jogadores da selecção. Mas, como diz o velho ditado, "águas passadas não movem moinhos." Obrigado, senhor Scolari, e força Portugal.