Da polémica das caricaturas
Vai chegando mais informação sobre a polémica das caricaturas. Por detrás da publicação das caricaturas no jornal dinamarquês, Jyllands-Posten, poderão estar motivações islamofóbicas. Os chamados moderados já vêm a correr a criticar aqueles que republicaram os cartoons do jornal dinamarquês.
É importante referir que republicação das caricaturas surgiu em resposta à intimidação ao direito da liberdade de expressão. Após a publicação das caricaturas de Mahomad no jornal dinamarquês, várias embaixadas de países arabes queixaram-se directamente ao primeiro-ministro dinamarquês (ao que este respondeu que nada podia fazer). Alguns destes países encerraram as suas embaixadas em Copenhaga. Várias ameaças de morte e protestos violentos. Tudo culmina, após várias republicações, no assalto e destruição de embaixadas dinamarquesas em vários países com populações maioritariamente muçulmanas. Ora, quem se sente ofendido com alguma coisa deve-se queixar aos tribunais, ou então faz um protesto pacífico. Aquilo que se tem passado é inaceitável.
Considero que ambas as escolhas do dilema "republicar ou não republicar" são válidas. Aqueles que republicam consideram que o direito da liberdade de expressão não pode ser silenciado com actos de initimidação e tentam informar o público sobre a causa de tanta ofensa. Aqueles que não publicam consideram que republicar é agravar a ofensa e o conflito. Mas o que me irrita mesmo são aqueles que não tomam posição e querem ficar bem com deus e com diabo. José Manuel Fernandes, no editorial do público da passada sexta-feira, pirosamente intitulado "O limite do bom senso", escreveu:
É importante referir que republicação das caricaturas surgiu em resposta à intimidação ao direito da liberdade de expressão. Após a publicação das caricaturas de Mahomad no jornal dinamarquês, várias embaixadas de países arabes queixaram-se directamente ao primeiro-ministro dinamarquês (ao que este respondeu que nada podia fazer). Alguns destes países encerraram as suas embaixadas em Copenhaga. Várias ameaças de morte e protestos violentos. Tudo culmina, após várias republicações, no assalto e destruição de embaixadas dinamarquesas em vários países com populações maioritariamente muçulmanas. Ora, quem se sente ofendido com alguma coisa deve-se queixar aos tribunais, ou então faz um protesto pacífico. Aquilo que se tem passado é inaceitável.
Considero que ambas as escolhas do dilema "republicar ou não republicar" são válidas. Aqueles que republicam consideram que o direito da liberdade de expressão não pode ser silenciado com actos de initimidação e tentam informar o público sobre a causa de tanta ofensa. Aqueles que não publicam consideram que republicar é agravar a ofensa e o conflito. Mas o que me irrita mesmo são aqueles que não tomam posição e querem ficar bem com deus e com diabo. José Manuel Fernandes, no editorial do público da passada sexta-feira, pirosamente intitulado "O limite do bom senso", escreveu:
[...] Naturalmente que quando se lida com convicções religiosas a linha do que é ou não publicável se torna muito mais fina e difícil de determinar. Exige mais sensibilidade, requer maior capacidade para resistir à tentação fácil do sensacionalismo voyeurista e à curiosidade alarve do público. [...] Neste quadro, e face ao debate em torno dos cartoons encomendados por um jornal dinamarquês, o PÚBLICO reproduz alguns deles, para que os leitores possam tomar conhecimento do que se está a discutir, mas não entende que tenha qualquer obrigação de repetir a "provocação" por "solidariedade". Sente, isso sim, que da mesma forma que não se podem aceitar quaisquer limites à liberdade de expressão, se deve cultivar a responsabilidade na utilização dessa liberdade."Isto é que não é nada. Porque se o Público considera a republicação das caricaturas uma provocação, então deve ser, nas palavras do seu director, "responsável" e não as publicar. Como fez o Independent aqui em Inglaterra. Se as república não se põe com estas falinhas de merda; a dizer que é mais santo que os outros e que publica as caricaturas porque, afinal, não aceita "limites à liberdade de expressão" e não por "provocação ou solidariedade" e que se "deve cultivar responsabilidade na utilização dessa liberdade." Entre os jornais que aderiraram à iniciativa da republicação descomplexada, estão jornais de referência internacional, como o El Pais e o Le Monde, que, em termos de qualidade, deixam o virtuoso Público a quilómetros de distância.
1 Comments:
Àcerca do assunto, vejam uma tradução que eu fiz, de um artigo no jornal Jyllands-Posten.
http://lusodana.blogspot.com/
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