Contraditório, não?
Respeito, sinceramente, as pessoas que são religiosas. Tento (mas nem sempre consigo) conhecer bem alguém antes de fazer juízos. Ainda para mais, quando pessoas influentes na história do pensamento moderno, como o filósofo René Descartes, considerado o pai do racionalismo, são religiosas. Mas será que a religião, pelo menos nos moldes actuais, não é cada vez mais um problema? Não falo especificamente deste episódio das caricaturas de Maomé. Mas, numa altura em que o conhecimento científico assume cada vez mais importância e que devemos ser habituados a questionar, que sentido faz a religião que nos ensina a acreditar sem questionar? Contraditório, não?
2 Comments:
Eu pessoalmente não vejo contradição. Einstein disse, antes de morrer, que "quem não admite o mistério insondável não pode ser cientista". Reconheceu que até a ciência pode conduzir à fé.
Cada pessoa tem a sua maneira de interpretar e viver a espiritualidade. Enquanto para a maior parte dos crentes do mundo ocidental a fé ajuda a viver, para os fanáticos e extremistas religiosos a fé ajuda a morrer. Estes últimos são capazes de matar e morrer em nome de Deus.
A mim repugnam-me os excessos cometidos em nome de Deus. Falam de um Deus castigador e impiedoso, uma espécie de "Extreminador Implacável" que nos persegue e, fatalmente, apanha sempre numa esquina sem saída. Eu lamento estes casos e acho que talvez assim fosse preferível não ter fé nenhuma.
Falando do meu caso pessoal, penso que a fé pode ser racional. Se a pessoa ler os Evangelhos sem preconceitos, sem mariquices, mas com abertura de espírito, pode não ganhar uma crença inabalável, mas ganha pelo menos uma enorme simpatia pela sabedoria ali expressa.
Considerar Cristo apenas um iluminado da História é compreensível e seria presunçoso da minha parte sugerir que Ele deve ser visto como uma divindade. Não o quero fazer e acho que todas as crenças podem ser boas (budistas, islamitas...), desde que coloquem o ser humano no primeiro plano e a vida como algo de valioso.
Se Deus não existir, paciência. Penso que nunca nos sentiremos sozinhos desde que a nossa preocupação seja o bem-estar dos outros. Zé
Olá Zé,
O que eu acho é que não é nada saudável ensinar as pessas a acreditar sem questionar. E esse parece-me ser o problema. É óbvio que se as religiões tiverem a lucidez de levar a religião para o plano puramente espiritual e moral este problema, se calhar, não acorreria. Mas, infelizmente, não é isso que acontece.
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