domingo, dezembro 11, 2005

A escrita

Gostei da crónica da passada sexta-feira do Vasco Pulido Valente no Público. A crónica é sobre a língua portuguesa e o uso que os Portugueses fazem dela, como diz VPV "chegámos, como povo falante, muito próximo do grunhido". VPV diz ainda:

O pessoal superior do Ministério da Educação e a sra. ministra, que seriam incapazes de contar, como constantemente o provam, a história do Capuchinho Vermelho em 70 palavras, não vêem a menor vantagem na capacidade de escrever com lucidez, precisão e brevidade.

É precisamente esta incapacidade de escrever com "lucidez, precisão e brevidade" que por um lado choca e por outro aborrece. Basta folhear os jornais portugueses para nos apercebermos disto. Eu confesso que paro a meio da maior parte dos artigos que leio; não suporto tanta verbosidade, tantos rodriguinhos e pedantismos, tanta falta de objectividade. Afinal quem lê um jornal não tem tempo para aturar estas merdas: o leitor está no metro, autocarro, comboio, escritório via Internet, ou café e tem pouco mais de meia hora para saber o que se está a passar. Por respeito ao tempo do leitor a escrita deveria ser breve e precisa. E por isso digo: "lucidez, precisão e brevidade" também para a escrita jornalística, pois é este tipo de prosa que a maioria dos portugueses lêem, e, consciente ou inconscientemente, é esta prosa que serve de modelo a outras coisas que os portugueses escrevem.

1 Comments:

At 12/11/2005 6:42 da tarde, Blogger Eva Shanti said...

«Por respeito ao tempo do leitor a escrita deveria ser breve e precisa». Nem mais!

E quanto às «coisas que os portugueses escrevem» e aos modelos que têm, também há muito que dizer...

Bjs

 

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