Sobre o Plano Tecnológico
O Público abriu um blogue para fomentar a discussão na blogosfera sobre o plano tecnológico do governo. Aqui fica a minha contribução:
- Segundo notícia do Público de hoje há um pacto de silêncio entre o governo e as associações empresariais até à aprovação do plano tecnológico pelo governo. Mas porquê? Se este plano é assim tão importante, não tem o governo o dever de nos informar sobre o assunto? Para quê silenciar o debate? Aqui no Reino Unido, quando há uma medidade importante do governo a aprovar, como foi pacote legislativo anti-terrorista, os governantes são incansáveis em dar esclarecimentos à imprensa, e disponibilizam-se para o debate. Eu, pessoalmente, gostaria de saber quais são as divergências das associações empresariais em relação ao plano tecnológico.
- Uma das medidas do governo é o visto automático para quadros altamente qualificados. Não sou contra esta medida, mas não é aí que está o problema. A realidade é que não há em Portugal oportunidades suficientes em termos de emprego científico e técnológico para os recursos humanos avançados que o país já tem e que continua a formar. A realidade é esta: um português depois de tirar o doutoramento opta por emigrar, ou, se já está emigrado, por continuar no estrangeiro. Não há muitas oportunidades em Portugal. Como é que o plano pretende inverter esta situação?
- Eu gostaria de saber se as pessoas que trabalham na área de I&D foram contactadas. Afinal este plano técnológico vai fazer-se com quem? Um dos problemas em Portugal é o da liderança nas empresas e institutos públicos que não está preparada ou sensibilizada para a I&D. Os líderes políticos e empresariais estão sensibilizados para o valor acrescentado que um recurso avançado pode oferecer a uma empresa ou instituto público? Há em Portugal pessoas em número suficiente para liderar os projectos ciêntifico/técnológico que o plano ambiciona?
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