sexta-feira, outubro 21, 2005

Calúnia, difamação, cobardia e anonimato

O MST está em grande. Hoje no público mais uma boa crónica. Deixo uma citação do MST a propósito de um texto cuja autoria lhe é atribuída:

Circula na Internet, espalhando-se como fogo na pradaria, um texto intitulado Um crime na Ota, cuja autoria me é atribuída e onde, entre outras coisas, se afirma que o dr. Mário Soares seria um dos proprietários dos terrenos da Ota (...) Mas quem me conhece minimamente sabe que a calúnia não faz parte dos meus métodos de argumentação. Alguém, que não tem coragem para dar a cara pelas opiniões próprias e pelas difamações que produz, pegou no meu título e no meu nome e usou-os num texto onde não existe uma única palavra da minha autoria. Não é a primeira vez que, a coberto do anonimato e da cobardia mais abjecta que isso representa, encontrei textos na Net dedicados à difamação e calúnia de outrem - eu próprio incluído. Mas não esperava que houvesse gente capaz de usar o nome de outros para embrulhar a porcaria mental em que vive.


Devo dizer que este blogue é mais ou menos anónimo. Nós só assinamos com os nossos primeiros nomes. Mas nunca fizemos aqui acusações graves a ninguém sem utilizar informação que aparece na imprensa.

Sou obviamente contra a calúnia e a difamação, porque como o MST diz, e bem, são uma forma de cobardia. Mas devo acrescentar que compreendo aqueles que, como eu, preferem dar a sua opinião ao abrigo do anonimato. Porquê? É facil ser MST, outro qualquer cronista famoso, ou outra pessoa que tem o seu lugar de destaque na sociedade, e criticar aqueles que dão a sua opinião sem dar a cara. O problema são aqueles que querem expressar a sua opinião, e não estão ao abrigo de uma posição de "poder", "influência política", ou uma qualquer outra forma de defesa. O anonimato sempre existiu e irá continuar a existir. E não creio que a solução para acabar com a calúnia e a difamação seja o fim do anonimato.

2 Comments:

At 10/21/2005 11:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O anonimato não é apenas inevitável: ele é, sobretudo, necessário.

Lá porque alguém é cobarde, não significa ser mentira aquilo que diz. É preferível investigar-se uma falsa pista, lançada por um anónimo, do que ficar por investigar a culpa daqueles capazes de intimidar os críticos. Proíbir o anonimato é premiar a intimidação.

Não era em Veneza que havia aquela gárgula de boca aberta para onde eram lançadas denúncias anónimas dos podres dos governantes? Consta que o engenho era eficaz...

 
At 10/24/2005 5:30 da tarde, Blogger Nuno said...

Sim, mas uma coisa são acusações verdadeiras ao abrigo do anonimato. Outra coisa é a difamação e a calúnia.

Uma coisa é uma queixa anónima para a PGR, a outra é escrever um texto anónimo na internet acusando alguém sobre algo que não tem o mínimo fundamento.

 

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