sexta-feira, março 18, 2005

Aquecimento Global (II)

O aquecimento global está, definitavamente, na ordem do dia. Cada edição da revista semanal New Scientist, por exemplo, tem um artigo ou coluna dedicado a este tema. No mês passado, decorreu uma conferência, organizada pelo governo britânco (que preside, actualmente, o G8), dedicada a este tema. A mensagem da conferência foi que estamos a chegar a um ponto sem retorno (the point of no return), "os elevados níveis de dióxido de carbono e as consequentes altas temperaturas irão assumir proporções catastróficas que levarão séculos ou milénios a retroceder" (aqui); é necessário agir antes que seja tarde demais.

É necessário começar a reduzir, drasticamente, as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, de acordo com o protocolo de Quioto. Mas, uma das razões para não se fazer nada, dizem os cépticos, é que a redução das emissões irá atingir negativamente as aconomias. De acordo com Jeniffer Morgan da WWF, a organização que se preocupa com a protecção da natureza, as economias poderão ser gravemente atingidas com as conseqências do aquecimento global; portanto nada fazer e fechar os olhos à realidade sobre este problema também terá os seus custos (aqui). Morgan dá como exemplo os glaciares dos Himalaias, que sofreram uma redução acentuada nos últimos anos. Se estes glaciares desaparecerem, grandes rios como o Ganges (na Índia) e o Yangtze (na China) poderão, também, ficar seriamente reduzidos, é que os glaciares dos Himalaias alimentam estes rios. Isto poderá ter graves consequências para as economias em crescimento da China e da Índia.


Portugal atravessa um período de seca. As fotografias satélite que se seguem mostram o território Português, respectivamente, em Fevereiro de 2004 e Fevereiro de 2005. Os efeitos da seca são facilmente observáveis. (Mais sobre a seca em Portugal aqui). Não posso afirmar que a seca seja consequência do aquecimento Global, mas a verdade é que o planeta tem sofrido um aquecimento acentuado nos últimos anos.

A fotografia que se segue é do monte Kilimanjaro na Tanzânia. Esta fotografia mostra o cume da montanha sem neve no mês de Março, pela primeira vez e há mais de séculos (aqui).

Pelos visto, já começa a ficar tarde para se fazer alguma coisa!