São sempre os mesmos
Para abrir os comentários políticos!
Gostei muito do artigo de opinião do Miguel Sousa Tavares no Público de hoje. Na verdade, o artigo não faz mais do que citar a entrevista que Octávio Teixeira, antigo deputado do PCP, deu ao DN. Mas eu gostei. Para quê lançar novos assuntos se naquela entrevista há tanta coisa interessante?
Gosto da parte do investidor suiço. É incrível, como em Portugal, os interesses económicos, nomeadamente da construção cívil, conseguem facilmente exercer a sua influência. Até num jornal conceituado como o Público, que, muito provavelmente, é o jornal com a base de leitores mais exigente de Portugal, aquela notícia ridícula foi publicada. O mais incrível é que o repórter não teve a preocupação de fazer uma investigação mínima para saber a razão pela qual o projecto urbanístico estava bloqueado.
Em Portugal é assim, quem não tem muita razão para grandes queixumes sempre encontra uma forma de o fazer. Os que realmente sofrem e que precisam que alguém da imprensa dê visbilidade aos seus problemas, coitados, não têm acesso aos círculos de influência e mantêm-se calados. Assim foram habituados desde os tempos da ditadura — "Tu aguenta-te!". Os políticos também não se interessam muito, fogem dos problemas reais como o diabo da cruz, preferem sonhar com as grandes obras. Eu acho que temos que ser menos silenciosos e mais interventivos, se há alguma coisa que nos preocupa é melhor dizer do que ficar calado. Já ando farto desta treta da diplomacia, do politicamente correcto e do "não digas nada senão queimas-te!". Se diplomacia é sinónimo de silêncio, então eu não quero ser diplomático!
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